O convidado do JM Entrevista desta quarta-feira (13) foi o padre Clécio, da Paróquia Mãe de Deus. O pároco, natural de Panambi, chegou em Tupanciretã há pouco mais de dois meses, e contou detalhes desse início de trabalho no município. 

No início da conversa, o padre Clécio revelou como foi recebido pela comunidade e comentou sobre o trabalho na Paróquia Mãe de Deus: 

“Estou em Tupanciretã há pouco tempo. A primeira impressão, realmente, foi muito boa, e tem se mantido assim. O povo é muito acolhedor e, falando no sentido paroquial, sem que posso contar com o pessoal. Aqui, sinto bastante a familiaridade e a proximidade, e me sinto um cidadão. Sou uma pessoa que veio para contribuir para a comunidade: fui ao hospital, à Prefeitura, à Câmara e visitei algumas empresas. Aqui, você realmente conhece as pessoas. E eu nNão faria nada sem o apoio delas. A Paróquia Mãe de Deus é uma paróquia muito ativa. O povo toma parte, e cada um assume com protagonismo aquilo que lhe compete. Eu vim para continuar o trabalho da Igreja”, disse, revelando que sempre desejou trabalhar em paróquias de cidades menores. 

Em seguida, fez uma breve retrospectiva de vida, contando como iniciou seu caminho para tornar-se padre: 

“Sou natural de Panambi. Aos dezoito anos, me mudei para Cruz Alta. Morei em Santa Maria por doze anos, em uma realidade bem diferente da de Tupanciretã. A primeira fase da minha vida foi bastante familiar, em um bairro de periferia em Panambi. Desde pequeno, frequentava a comunidade católica junto da minha família. Então, tive uma fase de crítica à religião, quando minha avó faleceu. Anos depois, fui convidado para um retiro de jovens, e aí tudo mudou: me engajei em um grupo de jovens, e fui perguntado se eu nunca havia pensado em ser padre. A partir dessa conversa, iniciou meu processo de discernimento. Conheci um seminarista, e auxiliei ele em eventos nas comunidades de Panambi. No outro ano, em 2010, entrei no seminário”, contou o padre. 

O pároco também comentou sobre a sua atuação dentro da situação de pandemia: 

“Aqui em Tupanciretã, graças a Deus, o clima está muito bom. São raros os casos de pessoas que ficaram em pânico em função da pandemia. O que mais vejo é aquele cuidado sadio. O pessoal tem participado de nossos encontros. A palavra para esse atual momento é esperança. Olhar para o que está a nossa frente, para as possibilidades. Temos que aprender com a pandemia, enquanto sociedade, cidade e paróquia”. 

SEMANA SANTA 

O padre Clécio detalhou todos os eventos e preparativos para a Semana Santa: 

“Começamos os eventos da Semana Santa no Domingo de Ramos, quando fizemos uma celebração na cidade e outra em Santa Tecla, voltada para as comunidades das proximidades. Hoje (quarta, 13), tivemos a oração da Liturgia das Horas, e teremos missa às 18h15. Em toda Quinta-Feira Santa de manhã, é feita uma missa com todos os bispos e padres em Santa Maria, porque é nesse dia que Jesus institui a Eucaristia e o Sacerdócio. À noite, teremos a Missa do Lava-Pés, para a qual convidamos pessoas ligadas à educação”. 

Seguindo no cronograma, informou que um evento de sexta-feira sofreu pequena alteração: 

“A Via Sacra costumava ser feita na sexta de manhã, mas nós a faremos à noite, às 20h, no pátio do Hospital Brazilina Terra. Sexta às 15h, celebração da Paixão do Senhor. Depois, faremos a Procissão do Senhor Morto. Na meia-noite, de sexta (15) para sábado (16), vamos realizar a oração chamada Ofício das Trevas, onde nos colocamos diante do túmulo de Jesus Cristo, com a esperança da ressurreição. No sábado (16), a Vigília Pascal, às 20h. Então, no domingo de Páscoa, missas às 8h e 18h, na Igreja Matriz. Às 9h30, teremos missa na comunidade Aparecida”, explicou, destacando que todas as celebrações serão realizadas no Tonicão. 

CAMPANHA DA FRATERNIDADE 

Em seguida, o pároco municipal explicou um pouco sobre o papel da Campanha da Fraternidade: 

“A Campanha da Fraternidade começa no tempo quaresmal, mas vai além. Para que, além dos exercícios espirituais, possamos ser motivados para a realidade social do nosso país, da nossa cidade. A Campanha sempre terá esse cunho mais ligado a uma problemática social. Jesus fazia isso”.  

E depois comentou sobre o tema da Campanha em 2022: 

“Neste ano, a proposta foi fazer uma reflexão sobre a educação. Nos pós-pandemia, as aulas estão retornando e a Igreja quer olhar para esse aspecto, vindo com uma proposta de educação integral. Ou seja, a matemática é importante, mas a música e arte também são. A formação psíquica e espiritual também o são. O olhar é integral. Quando começamos a dizer que determinada área é que vai salvar o país, entramos no mais do mesmo. Somos seres com muitas dimensões, e a reflexão sobre educação tem que entrar nesse sentido. Cada ser humano é diferente na sua potencialidade”.  

ESCOLA DE MÚSICA 

Amante da música, o Padre Clécio comentou sobre as iniciativas na área de música dentro da Paróquia: 

“Conversei com um amigo, formado em Música e que comanda uma escola da Música Sacra em Santa Maria. Ele me apresentou um projeto para Tupanciretã, para promovermos formação musical na Paróquia, uma formação para a Igreja. Atualmente, estamos com 25 alunos fazendo aulas de teclado, canto e violão”, disse, destacando que há também uma campanha para apadrinhamento daquelas pessoas que querem participar, mas não tem condições de pagar”, disse o pároco. 

Ao final da entrevista, o Padre Clécio realizou uma bênção.