O JM Entrevista desta semana foi em dose dupla: além da entrevista com o treinador Diogo Cancian. o programa semanal do Jornal Manchete Tupanciretã Digital também conversou com Fábio Costa, presidente da Liga Sul Riograndense de Futsal. Ao início do bate-papo, o profissional do esporte falou um pouco sobre sua trajetória dentro do mundo do futsal e da iniciativa para organizar uma competição estadual:
“Sou natural de Carazinho, mas moro em Passo Fundo. E tenho familiares por parte de pai em Tupanciretã. Comecei como atleta, mas me lesionei e virei treinador de futsal. Faz 15 anos que trabalho com organização de eventos esportivos. Primeiro, trabalhava com competições sediadas, regionais. A partir de 2018, os clubes falaram da necessidade de uma competição onde houvesse valorização, premiação, visibilidade e retorno que os torneios da Fábio Costa Eventos Esportivos ofereciam. Foi um grande desafio. Mas, em reunião com a diretoria, decidimos realizar a competição”, disse.
PANDEMIA
Porém, todo o ímpeto e gana de trabalhar com o futsal teve de ser manejado junto da situação da pandemia. Fábio Costa detalhou os procedimentos que tiveram de ser tomados para garantir que as competições acontecessem com segurança:
“No primeiro ano, em 2020, quando começamos os trabalhos, veio a pandemia. Ficamos seis meses parados. Então, conversando com médicos, com o governador Eduardo Leite e com o secretário de Esportes, Francisco Vargas, conseguimos a liberação para as competições. Tivemos que ir atrás de protocolos, para conseguir estudar e entender a doença, e ver o cenário. Depois dessa aprovação, tive de ir em 90% dos municípios, pessoalmente, e conversar com os órgãos responsáveis. Foi complicado, mas conseguimos. Tivemos recorde de clubes, com 43 equipes femininas. Foi a maior competição estadual do país. No masculino, foram cerca de 28 clubes”, explicou.
A LIGA
O presidente detalhou também o método de trabalho da Liga Sul Riograndense de Futsal, ressaltando os diferenciais que garantem posição de destaque para a agremiação:
“Mostramos o trabalho que realizamos, e os clubes que gostam desse trabalho estão conosco. Todos os clubes tem voz, vez, retorno, e muita visibilidade. Além de premiação com troféu, medalha e dinheiro. Todos trabalham juntos: clubes, imprensa, comissão técnica, comissão organizadora e atletas. Todos se ajudam, para que todos possam crescer. Essa é a Liga Sul Riograndense de Futsal”.
Em seguida, detalhou o número de clubes que fazem parte da Liga, as categorias contempladas e as premiações oferecidas:
“Atualmente, são 472 clubes filiados. Temos 22 categorias de base do sub-9 ao sub-20, masculino e feminino. Além da categoria livre, também no masculino e no feminino. O diferencial da Liga são as premiações: qualquer categoria de base conta com premiação de R$ 6 mil, além de premiações individuais. No adulto, incluindo troféu e medalha, os prêmios giram em torno dos R$ 215 mil. Além das competições que a Liga realiza para angariar valor para os clubes”, revelou, destacando as categorias de base também como mecanismo para formar o caráter dos cidadãos
TORNEIO DO FINAL DE SEMANA
No domingo (24), a Liga Sul Riograndense de Futsal realiza torneio em Tupanciretã. Fábio Costa comentou os detalhes do evento:
“Haverá em Tupanciretã um dos maiores torneios realizados no Rio Grande do Sul. A procura está muito grande. É um torneio amador, onde qualquer clube e qualquer atleta podem participar. Os jogos iniciam pela manhã, na categoria feminina. Às 14h, iniciam os jogos do masculino, que devem terminar por volta das 20h30. Haverá uma fase classificatória inicial, na qual se classificarão os 16 melhores colocados. No mata-mata, jogará o melhor colocado contra o pior. Exemplo: o primeiro contra o décimo sexto; o segundo contra o décimo quinto, e assim sucessivamente”, explicou.
Além do evento esportivo, a competição também marca homenagem ao pai da atleta tupanciretanense Paola, que faleceu recentemente:
“Quando marcamos o evento, o pai da atleta Paola ainda não havia falecido. Buscando valorizar a pessoa que ele era, iremos eternizá-lo de modo simples e singelo, dando o seu nome ao troféu desta competição: Taça Elias Abreu Brum”.
Fábio Costa ainda revelou que, mesmo que as inscrições terminem nesta quarta (20), os clubes podem tentar a inscrição na quinta (21), até às 8h, através do seguinte WhatsApp: (54) 9 8444 4304. Porém, a participação será mediante a disponibilidade de vagas.
MULHERES NO FUTSAL
O presidente da Liga Sul Riograndense também comentou sobre o futsal feminino, que vem ganhando prestígio e espaço nos últimos anos:
“Sou apaixonado pelo futsal feminino. Eu trabalhava em equipe feminina, mas acabei interrompendo os trabalhos devido aos gastos, que eram muito grandes. Como eu conheço todos os dirigentes do futsal feminino na região sul do Brasil, fica mais fácil trabalhar com essa modalidade. A dificuldade que os times femininos ainda enfrentam para crescer é o preconceito. É mais fácil conseguir patrocínio para um time masculino”, disse, citando também questões de vaidade entre as equipes, o que dificulta o desenvolvimento do futsal feminino.
Também revelou como se deu sua aproximação com o futsal feminino tupanciretanense:
“No ano de 2020, a equipe Bonekas, de Júlio de Castilhos, ingressou na Liga e trouxe atletas de Tupanciretã. Nesse momento, me identifiquei com o projeto do futsal feminino em Tupanciretã, especialmente com a equipe do Sport”.
PROFISSIONALIZAÇÃO DOS ATLETAS
Fábio Costa comentou ainda da situação profissional dos atletas do futsal gaúcho:
“No Brasil, atualmente, existe o atleta que ganha aproximadamente bem, e existe o atleta que associa esporte e trabalho para conseguir viver. Poucos clubes gaúchos conseguem adotar o primeiro sistema, e os que conseguem estão na Liga Gaúcha de Futsal. Para conseguir essa profissionalização, seria preciso, com apoio do poder público, que todas as quadras do Rio Grande do Sul estivessem com medidas profissionais. Além disso, a maioria dos clubes não dão tanta oportunidade para os atletas da casa, preferindo pegar atletas de fora do estado”, disse, elogiando Germano, fixo do Figueira.