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Tupanciretã

Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual Infantil tem relevância para os cuidados e identificação de casos

Em Tupanciretã, nos últimos quatro anos, 25 casos deste tipo foram identificados e o CREAS tem papel fundamental no acolhimento das vítimas

Publicada em 18/05/2022 às 16:26h

Jefferson da Silveira da Silva- estudante jornalismo


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Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual Infantil tem relevância para os cuidados e identificação de casos
Franciele Machado e Carla Chelotti Ceolin  (Foto: )

 

 

 

O Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual Infantil é marcado por uma tragédia que aconteceu no ano 1973, desde então a data serve para conscientizar os responsáveis que muitas vezes, por medo ou vergonha, deixam de denunciar os crimes em sua maioria cometidos por pessoas próximas às vítimas.  

 

O Creas, ligado à Secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação desenvolve atividades voltadas à conscientização para o tema. No mês de abril percorreu as EMEI’s para passar informações e reforçar os cuidados, principalmente na identificação dos abusos.  

 

A psicóloga Carla Chelotti, coordenadora do setor ressalta sobre a data, que mesmo diante de uma tragédia ocorrida em 1973, é fundamental para que as pessoas gravem a importância do tema.  

  • “Se existe um dia para olhar para isso, é porque, infelizmente, nós temos casos, e muitos casos de violência. Esse dia foi criado, pois uma menina no estado de Espírito Santo, ela tinha 8 anos, onde ela foi sequestrada, drogada, espancada, estuprada e morta”, frisa.  

 

 

 

 

A violência não está atrelada apenas às grandes cidades, e Tupanciretã mesmo que uma cidade de porte pequeno também há registros desses crimes.  

  • “Temos muitos casos de violência contra crianças no nosso município, e também abusos contra crianças e adolescentes. E nós adultos, responsáveis por essas crianças precisamos protege-las, porque o abuso, em muitos casos, ele vai ocorrer dentro das nossas casas, o quanto isso é importante a gente estar atento”, disse Carla.  

 

Dados repassados pela coordenadora, apontam que, entre 2015 e 2020, Rio Grande do Sul foram 15 mil casos notificados de violência sexual contra crianças e adolescentes. Já em Tupanciretã, desde de 2019 até o mês de maio destes anos, 25 casos desta natureza foram notificados, mas número pode ser maior.  

  • “Isso eu digo, os casos que chegaram ao setor do CREAS, que é um Centro de referência especializado, uma equipe onde profissionais, nós fizemos um trabalho para atender qualquer caso de violência. Em 2019 foram cinco casos, em 2021 e 2021, nove casos em cada ano e neste ano são dois. Desses números talvez só 10% tenham chegado como notificação no setor”, alerta.  

 

 

 

Carla lembra outro tema que foi destacada, trata de adultos que se relacionam com menores de 14 anos, nesses casos, que também têm relevância com o tema, pois caracteriza o crime de estrupo de vulnerável, pois o adolescente não tem a capacidade de discernir sobre essa escolha, inclusive o fato é tipificado como crime no Código Penal, podendo gerar punição para o autor e responsáveis.

  • “Às vezes a gente ouve da sociedade, a menina queria esse relacionamento, mesmo que há esse consentimento dessa criança e desse adolescente, estando menor de 14 anos é estupro de vulnerável”, ressalta. 

 

 

O medo e o receio à exposição ainda estão entre as principais barreiras para que as famílias busquem redes de apoio de proteção e dos serviços na rede municipal para terem acesso à orientação e ao atendimento à vítima e a família. A assistente social, Franciele Machado ressalta que a violência não somente o abuso, e lembra que ao tirar foto de uma criança, ou somente tocá-la também caracteriza o crime.  

  • "É um assunto bem delicado, a gente observa que muitas pessoas tem prudência em tocar no assunto de abuso sexual. O abuso não e somente o ato sexual, existem outras formas de abuso, ou seja, um adulto, sabedor do que está fazendo tente praticar com uma criança: expor à criança a pornografia, tocar locais que não são permitidos, tirar foto das crianças sem roupas, expor elas muitas vezes nas mídias sociais”, explica Franciele.  

 

A profissional destacou que muitas das explorações começam por troca de mensagens por meio eletrônico, principalmente, o celular.  

  • “Eu demarcar um assunto, que a gente já conversando há muito tempo, e a gente atende no nosso setor é dos celulares. Muitos pais não se empoderam da autoridade que tem pra fiscalizar o que os seus filhos estão vendo no celular. O que eles estão mandando e recebendo como mensagem, em qualquer aplicativo que se possa ter. Muitas das explorações sexuais começam por mensagem, sabemos da importância do celular, mas por outro podem ter adultos explorando as crianças”, ressalta.  

  

Não há condição financeira associada aos casos, famílias vulneráveis ou de poder aquisitivo maior estão sujeitas a enfrentar os casos de abusos. Franciele reforça que existe um protocolo de sigilo nos atendimentos respeitado pelos profissionais.  

 

 

A assistente social alerta aos pais e responsável sobre características que as vítimas passam a apresentar. Com isso é possível ficar atento aos detalhes, informações que crianças e adolescentes estão transmitindo. Mas o mais importante é que os profissionais adequados atuem para elucidar e comprovar os crimes.  

  • "O abusador não tem um rótulo específico, não existe uma característica apenas. Pode ser qualquer pessoa. O que a gente enquanto família, de proteção, fazer, observar nossas crianças, e isso a gente acredita, nossa equipe do CREAS vem fazendo um trabalho, principalmente com as escolas de levar o conhecimento para os professores e monitores para observar o comportamento das crianças: se a criança não quer ir como um adulto; se a crianças antes ia tranquilamente agora não quer mais ir; está chorando; irritado, insônia, agressivo na escola, pouca comunicação. Vamos ficar alertas pois isso podem ser indícios”, revela.

 

 

TODOS CONTRA A DENGUE

 










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