Na noite da última quinta, 13, o JM Digital conversou com a psicóloga Marcella Seixas. A profissional falou sobre como o acesso a notícias do atual cenário de ameaças e ataques a escolas afeta o psicológico dos jovens, pois a criança não está preparada para lidar com determinadas informações:
- “A forma como as notícias estão sendo propagadas está sendo altamente prejudicial para a saúde das crianças e dos adolescentes. As crianças e os adolescentes descobriram, de uma forma radical, que existem pessoas más no mundo e há uma constante ameaça. E ainda não tem maturidade para lidar com essa situação. As crianças não devem ter conhecimento a respeito dessas situações de ataque a educandários. A criança ainda não tem discernimento para entender o mundo à volta”.
Marcella Seixas também orientou os pais no sentido de transmitir segurança para seus filhos:
- “Os pais precisam respirar fundo, pois se os pais estão com medo, onde que os filhos irão buscar a segurança que precisam? Não há problema em ter medo, mas a questão é como lidar com esse medo. Temos que manter o equilíbrio e o controle, confiar nas autoridades e tentar trazer leveza para as nossas crianças. Quanto menos acesso à informação a respeito de massacres e mortes as crianças tiverem, melhor. É preciso evitar falar sobre esse assunto na frente das crianças”, explicou a psicóloga.
A especialista em saúde mental também comentou sobre acesso às redes sociais:
- “Eu aconselho que a criança só possa ter TikTok, Facebook e Instagram a partir de 12 anos. Porque aí já vai ter um senso mais crítico em relação às notícias que chegam. Lugar de criança não é acompanhando notícias nas redes sociais”.
A psicóloga ainda falou sobre como abordar com o filho a decisão da prefeitura de mobilizar a Guarda Municipal para a vigilância de escolas:
- “A questão da segurança nas escolas foi um apelo da população é a medida necessária, decidida pelas autoridades. Mas o lado emocional vem muito de como os pais estão passando isso para a criança. É preciso conversar com a criança no sentido de mostrar que a presença do policial é uma coisa boa, é mais uma pessoa para te proteger. No sentido de simplificar a figura do policial”.
Por fim, destacou a situação dos professores dentro desse contexto de maior tensão:
- “Aconselho aos professores que estão muito ansiosos que confiem nas autoridades, no seu Deus maior, se tiverem religião, e confiem na direção do seu dia. Ao menor sinal de que algo não vai bem, por exemplo, não estar dormindo, não estar com vontade de ir à escola, estar com medo, procurem a ajuda de um psicólogo”.
TODOS CONTRA A DENGUE