No último domingo (23), o Programa Campo Web conversou com o agrônomo Andrei Goergen, que está na Austrália há três meses trabalhando e estudando. 

Andrei, que já havia participado do Campo Web enquanto integrante da Nortox, começou falando das motivações para a viagem e da chegada no país, que fica a 15 mil quilômetros do Brasil: 

• “Cheguei na Austrália em 1º de janeiro de 2023. Uma jornada de 55 horas de viagem. O principal motivo de estar aqui foi a incessante busca por coisas novas e abrir horizontes. A Austrália é quase do tamanho do Brasil, mas com uma população pouco maior que a cidade de São Paulo. Ou seja, o país necessita de pessoas. Além disso, conversas com amigos também me motivaram a fazer essa escolha. E houve ainda o interesse na língua inglesa. Destaco também o apoio da família”, disse, citando ainda conselho de José Domingos. 

Em seguida, citou detalhes do país em relação à economia e sociedade: 

• “O custo de vida é bastante alto. O aluguel é cerca de 450 dólares australianos por semana. Além da escola e da alimentação, dá um custo entre 800 e 1000 dólares por semana. Por outro lado, a Austrália possui o maior salário mínimo do mundo. Qualquer trabalho aqui é muito digno e bem pago. Há similaridade de renda que mostra como o país é desenvolvido. E o pagamento é geralmente quinzenal, o dinheiro gira muito rápido”. 

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Contou também qual a sua rotina, como divide seu tempo e qual sua ocupação: 

• “Hoje, faço o sistema de dois empregos. Durante a semana trabalho em um restaurante onde faço o preparo dos pratos. E no fim de semana estou em uma churrascaria. Minha esposa trabalha na área da limpeza. A jornada de trabalho tem em média de 6 a 8 horas por dia”. 

A educação também foi pauta da conversa, destacando o desenvolvimento australiano que orienta as crianças para a profissionalização desde cedo: 

• “A Austrália investe muito em educação. São várias universidades. Os australianos preparam os jovens já pensando na questão profissional. Aqui, um título acadêmico, sem resultados ou histórico de trabalho, não tem o mesmo valor como no Brasil”. 

O agrônomo está vivendo em Sydney, a cidade mais populosa do país. E elogia a experiência: 

• “Sydney é uma cidade fabulosa. O clima é espetacular. São mais de 400 praias além de outras atrações e monumentos. Os australianos têm uma cultura de aproveitar a vida. Às 5h30 da manhã, as pessoas já estão saindo para o trabalho. E geralmente os trabalhos que envolvem mais mão-de-obra se encerram em torno das 15h, 16h, para haver tempo para aproveitar”. 

Destacou ainda questões governamentais da Austrália: 

• “O país é independente, mas ainda tem ligações com a Inglaterra. O livre comércio é bastante presente. Acredito que passa de 100 as instituições bancárias, além de não haver muito a questão de empresas sendo priorizadas pelo governo. É um país competitivo, eficiente e tecnológico”, disse. 

E revelou como se dá a relação com os entes queridos que ficaram no Brasil: 

• “Sinto uma saudade mais forte da família, dos amigos e da nossa casa no Brasil. A distância dói, mesmo com as vídeochamadas”, disse Andrei, emocionado.