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Salgueiro, o renascimento de uma paixão vermelha e branca

'Dá uma frustração tão grande... Uma tristeza de ver uma sociedade onde eu corri quando criança, onde celebrei casamentos da família, hoje pedindo socorro'

Publicada em 29/04/2025 às 17:35h | Jornalista Jefferson da Silveira da Silva 

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Salgueiro, o renascimento de uma paixão vermelha e branca
Presidente Jorge Henrique está diante de um grande desáfio.  (Foto: Jornal Manchete Digital)


 

No olhar firme de Jorge Henrique Martins de Lima, 42 anos, presidente da Sociedade Recreativa e Cultural Salgueiro, há uma mistura de orgulho, angústia e fé. À frente de um dos mais tradicionais símbolos do carnaval tupanciretanense, Jorge não apenas ocupa uma cadeira: ele assume um legado.

A ideia de reerguer a Sociedade surgiu como convite — e desafio. “A gente sabe que todo convite tem aquele sentimento bom, mas também a dúvida: será que sou capaz?”, reflete. Filho de carnavalesco, herdeiro da memória de Lair Leal dos Santos, um dos fundadores, Jorge aceitou a missão com o coração de quem conhece cada canto da sede hoje silenciosa, mas outrora vibrante.

Cada visita ao prédio da entidade é um baque emocional. “Dá uma frustração tão grande... Uma tristeza de ver uma sociedade onde eu corri quando criança, onde celebrei casamentos da família, hoje pedindo socorro.” Mesmo assim, ele se apega à esperança de um renascimento.

O início da gestão foi um mergulho em problemas esquecidos ou ignorados. A Sociedade foi interditada, ao contrário do que muitos pensam, não apenas pelo telhado condenado, mas por uma sequência de falhas administrativas. Dívidas com a Receita Federal, uma cobrança antiga de um supermercado local, e até processos trabalhistas vieram à tona. “O que foi passado para o povo não era toda a verdade. Descobrimos muito que ficou escondido. Isso deixa as pessoas em dúvida: ajudei, contribui... como chegou a esse ponto?”

Reativar o CNPJ foi o primeiro passo. Depois, vieram o novo estatuto, regimento interno e a assembleia geral, tudo para dar nascimento a uma diretoria que Jorge define como “o renascimento do Salgueiro”. “Estamos começando do zero, escrevendo uma nova história.”

 

 

 

Após ir a leilão duas vezes, sem receber nenhum lance, e com apenas R$ 1.000 de caixa após dois eventos no carnaval, a nova diretoria viu boa parte do valor ir embora para quitar dívidas básicas de água. Mas foi o suficiente para reacender a chama.“O Salgueiro foi a leilão duas vezes. E ninguém quis. Se alguém tivesse comprado, hoje isso aqui nem seria mais o Salgueiro. Mas não compraram. E isso, pra mim, é sinal de que o Salgueiro ainda tem dono: o povo.”

Um risoto beneficente surpreendeu: 170 porções vendidas, mesmo concorrendo com eventos simultâneos na cidade. “Esse valor será pagar cartório, planejar novos eventos e atrair patrocinadores. A meta é a retomada, nem que seja parcial.”

O lema, repetido como um mantra, carrega a alma da entidade: “Salgueiro Sempre Salgueiro". Surgido em 1977 com Dona Eva, quando a sede ficava no parque de exposições. “Ele tem começo e fim com a mesma palavra. É a vida inteira. Não é só no início nem só no fim. É sempre.”

E a avenida? “Me arrepiei agora”, confessa Jorge. O plano é ousado: retornar em 2026 com bateria, rainhas, corte e tudo que sempre fez da Sociedade Recreativa e Cultural Salgueiro uma presença marcante. “Não queremos voltar sozinhos. Queremos voltar com toda a comunidade.”

Hoje, a Sociedade não tem sócios ativos além dos membros da diretoria. Por isso, foi lançada uma campanha de reativação de associados com valores simbólicos, já que a sede ainda não pode oferecer estrutura. “São contribuições pequenas, mas com um valor imenso. Queremos que todos venham: os antigos sócios e os novos.”

Nas batidas do tamborim ainda silencioso, há a promessa de que o vermelho e branco vai ecoar outra vez. E como diz o presidente, “o Salgueiro não é só uma sociedade. É um sentimento”.

 

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