Centro Lítero-Cultural José do Patrocínio, aumenta a lista de saudades, com mais uma cadeira vazia. Hoje lembro, não sei se numa tarde primaveril, cheia de inspirações de setembro, ou em uma noite daquelas de encher os olhos e a alma com a lua, mas certamente, no dia 4 de setembro de 1989, nascia esta Confraria Poética, não cabe agora medir o alcance deste centro, e sim bem dizer aos que por ele se dedicaram e através dele, exaltaram a cultura, fundadores, que nos seus escritos, entre as estrofes de poesias e lindas linhas nas crônicas, expressaram sentimentalidades a muita gente.
Não convivi com todos seus fundadores, aos mais próximos empenhei amizade e admiração, com o meu xará e ilustríssimo amigo João Pereira Alves, que frente a frente, muitas vezes nos sentamos, aos amores e a vida, juntos muito poetizamos.
Ao João Mainere, falei-lhe em versos, que dos poetas, somente os corpos adoecem, eles também não morrem, preferimos que dobrem a esquina, fugindo nosso olhar, porém, jamais lhe esquecem, e existirá sempre um verso a lembrar, das suas estrofes e rimas, ressoando no ar, fagulhas de sua alma divina."
E ao Silvestre Farias, "Inesperada não foi à busca, de anjos garimpeiros á pessoas benditas, afinal! O céu também recruta, aqueles que são bons e têm a alma de artista".
Hoje li a frase "A neve e as tempestades matam as flores, mas nada podem contra as sementes." de Khalil Gibran, ensaísta libanês, meditei um pouco e percebi que ela não se enquadraria ao Centro Cultural do Literato Hélio Escobar da Fantoura, cuja atual presidente Eloá Silveira era semente de outro fundador, Otto Porto da Silveira, pai e filha, no mesmo caminho, fazem o Centro duas vezes enlutado, seriam eles a flor! E brotará deles a semente com vértice poética soprando a vida com poesias e ao centro com amor.
Não estou inspirado, ou ainda não é o momento de versejar a companheira Eloá, que muitas vezes insistiu para que eu estivesse na linha de frente do Centro Literário, junto com a Fátima Mardini, outra semente pela inesquecível mãe e fundadora Noely Mardini, fizeram um trabalho incansável.
Que nesta confraria reacenda sempre uma faísca das cinzas e cruze os tempos sobrevivendo às faltas por mais tristes que elas sejam, permitindo a todos nós mais "Universo de Sonhos" uma coletânea literária com a marca e sinal da Mulher Gaúcha, mãe e avó dedicada, professora e artista, voluntária Rotariana,
Prenda Xirua, poetisa e jornalista, por muitos lugares, ficam saudades tua.
" Mas partindo deixarei nos meus passos
parte da minha história e coração
e entre ir ou quem sabe ficar
uma parte minha sempre vou deixar
e nesta subida dúbia, a fragilidade
vai do meu peito se apossando
e dividida entre ficar ou estar partindo
eu sinto uma vontade de chorar sorrindo
sufocando a tristeza de sorrir chorando".
Descanse em paz presidente Eloá Silveira. Abraços