O ano de 2017 registrou o melhor Natal em vendas desde 2014, alta de 1,12% de crescimento real na comparação com o mesmo período de 2016. Foi o segundo melhor mês de dezembro da série histórica, iniciada em 2014, não inferior a nenhum volume de vendas do mês do Natal de anos anteriores, entretanto, a prerrogativa indica aumento do uso das ferramentas de análise de concessão ao crédito. No Rio Grande do Sul, o crescimento real das vendas de Natal foi de 1% em relação à mesma data em 2016, conforme levantamento da Associação Gaúcha para o Desenvolvimento do Varejo (AGV). Sendo assim, o comércio local este 10,71% acima da média gaúcha.
Segundo a ACIT, através de acesso ao banco de dados do SCPC referentes ao Repasse Qualificado e Faturamento por Associado (por Filial de Faturamento), nas datas festivas de Natal e Ano Novo em comparação com a evolução histórica no município de Tupanciretã, levado em consideração o IPCA - Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, houve um crescimento significativo dos indicadores do ano base 2016 como comparativo ao ano de 2017.
Os segmentos que obtiveram os melhores desempenhos no mês do Natal foram os de eletrodomésticos, eletrônicos e lojas qualificadas (12%); loja de móveis e decoração (9%); e lojas de vestuário, tecidos e calçados (9%). Das atividades pesquisadas, apenas a de materiais de construção (-2%) teve queda nas vendas na comparação com o mesmo mês de 2016. A melhora do desempenho do varejo em dezembro representou alta de 10,98% de maneira geral.
O indicador médio acumulado destes três anos (2015, 2016, 2017) foi de positivos 7,51% considerando o negativo anterior de -3,47%.
Na série histórica o comércio teve queda de 13,91% nas vendas de 2015 no período que compreende as festas de final de ano levando em consideração o ano base de 2014, já em 2016 considerando o ano base de 2015 houve um aumento de 16,50% nestes números mantendo um acumulado negativo de 10,41% de refração nos 48 meses anteriores.
Levando em consideração o IPCA do período estudado (Dez/16-Nov/17) mensurado em 2,8038%, houve redução de 51,47% do indicativo, medida no banco de dados, sinalizando uma diminuição da inflação em valores reais o que a deixou em mensuráveis 3% no período.
Portanto, as vendas de Natal do comércio local tiveram uma significativa reação na comparação com o ano passado sendo que as vendas a prazo também registraram recuo ante 2016, indicando que consumidores optaram por presentes mais baratos e pagos à vista assim como o fora no ano de 2016. As vendas a prazo tiveram queda de 1,48%, no quarto ano seguido de recuo das compras parceladas de presentes. Nos números gerais A queda, no entanto, é menor que a registrada em 2015, de 15,84%, a pior em 5 anos. Em 2014, o recuo havia sido de 0,7%.
No ano passado, segundo a mesma pesquisa da Boa Vista SCPC, o volume de vendas do varejo pela ocasião do Natal sofreu uma queda de 4,8% em relação a 2015. O aumento do ritmo de crescimento das vendas do Natal em 2017, de acordo com a Boa Vista SCPC, segue a tendência das demais datas comemorativas deste ano, que em praticamente todas ocasiões apresentaram aumento das vendas quando comparadas ao ano anterior.
Os índices obtidos no comércio local contextualizam os indicadores nacionais, o aumento foi de 4,2% nas vendas durante a semana que antecede a data, na comparação com o ano passado, segundo pesquisa divulgada pela Fecomércio RS com dados da Boa Vista SCPC apresentando números positivos após dois anos de retração.
Cabe salientar que alguns fatores atrapalharam os negócios deste Natal. Um deles foi o feriadão, o Natal caiu na segunda e o melhor dia, que seria a véspera, foi domingo: 90% das lojas no interior não abrem aos domingos. O feriado municipal decretado equivocadamente ao sábado, dia 30 (transferência do feriado do município do dia 21) que deveria ser o melhor dia para vendas em relação ao novo ano vindouro, afastou clientes de lojas de rua e impediu a atuação de muitos lojistas associados apesar da inexistência do Acordo Coletivo entre Sindilojas (representante dos empregadores) e Sindicato dos Empregados no Comércio de Bens e Serviços do Rio Grande do Sul - Fecosul (representante dos empregados). Este sem dúvida foi outro fator que dificultou uma melhor atuação dos lojistas no período devido a ineficácia das informações. Tal cenário deu-se como resposta à reforma trabalhista que fez com que os sindicatos deixassem de arrecadar o valor compulsório de um dia de trabalho impactando estas mudanças em suas estruturas de fonte de renda.
Nos
supermercados, o saldo foi mais positivo: na média 5% superior ao do ano
passado com as vendas de produtos típicos para as comemorações do Natal,
segundo balanço da Associação Gaúcha dos Supermercados (Agas), informado pelo
presidente Antônio Cesa Longo. Em Tupanciretã este indicador variou entre 3% e
4% devido a distinções do segmento.
Para o setor, diferentemente do que ocorreu ao comércio lojista, o calendário
deste ano proporcionou a concentração das compras de Natal pelos consumidores
no final de semana. Isso foi favorável aos comerciantes - cerca de 20% das
vendas de dezembro foram realizadas sexta, sábado e domingo. Cabe salientar que
o feriado municipal tornou facultativa a abertura do comércio de gêneros
alimentícios e artigos de primeira necessidade. O feriado de Natal na segunda-feira
permitiu ainda aos consumidores compras nos supermercados sem pressa no fim de
semana e feriado local.
Estes dados em geral, de que as vendas do comércio aumentaram, dizem sobre a recuperação da economia que as famílias vêm consumindo mais com a ajuda de juros baixos, impulso do FGTS e 13º Salário e inflação recessiva, mas, economistas veem 2017 como ano apenas de estabilização. A salutar também economicamente que o município de Tupanciretã se encontra em 33º pior gerador de empregos dentre os 35 municípios da região e que a relação de dependência econômica da população é de 4 pessoas para cada 1 o que alimenta o fator de restrição de crédito e medo do fator preponderante de inadimplência junto ao crediário ofertado. O cenário futuro é ainda de incerteza apesar dos números positivos.
Apesar da melhora recente, o volume atual de vendas está 8,2% abaixo do pico histórico, registrado no final de 2014. A partir do ano seguinte o comércio começou a ser mais fortemente afetado pela recessão que já acontecia no Brasil. Houve sim um recuo da inadimplência com a injeção do saque de recursos das contas inativas do FGTS na economia, havendo também uma forte relação de impacto no consumo, porém, com o término do programa, o varejo perde este incentivo e a curva torna-se descendente nos meses vindouros.
Neste cenário, compartilha a ACIT que, mediu-se um aumento significativo de 26% no seu quadro associativo enquanto as qualificadas tiveram uma redução de 9,09% de sua constituição local (período compreendido entre 2015 e 2017) o que efetiva mais uma vez a importância dos pequenos comércios para a economia local e fortalece-os em busca de melhores cenários para desenvolvimento de sua representatividade. O comércio perde apenas ainda para a prestação de serviços, integrante assim como a indústria de seu quadro associativo, na fatia representativa da economia local e, apesar das contrariedades efetiva-se como o melhor fomento de desenvolvimento econômico.
Fontes:
Boa Vista SCPC
Fecomércio RS
Centro-RS
Associação Gaúcha para o Desenvolvimento do Varejo (AGV)
Associação Comercial e Industrial de Tupanciretã
Autor: Jader Schmidt Gaklik | Pres. ACIT Gestão 2016/2018