Recebi com muito prazer, neste mês, a visita de parentes da grande Porto Alegre, todos confirmaram a situação calamitosa quanto à questão urbana. Eles vivem de perto a situação dos buracos nas ruas, falta de capina e lixo por todos os lados. Tanto o prefeito como o vice de POA tem dado muitas explicações e prometem soluções, pouco adianta, é normal que esta conta recaia quase sempre na ineficiência dos serviços públicos.
Hoje pouquíssimos municípios conseguem suprir esta dificuldade, ainda que este assunto seja amplamente debatido em várias escalas, mesmo com campanhas nas mídias, tipo a da cidade de Cruz Alta, via televisão, falta à conscientização das pessoas. Todos querem o seu lixo bem longe, lixo longe custa caro, veja, por exemplo, o nosso lixo orgânico descartado no aterro de Santa Maria, anualmente o povo paga mais de Um milhão, numa gestão são Quatro milhões, para um lixo que cada vez mais aumenta e muitas das vezes mal separado e acondicionado.
Se contabilizarmos o custo de todas as segundas-feiras pela manhã, retirarmos de 3 a 5 carrinhos de garrafas secas de bebidas, entre uma ou duas quadras da av. Vaz Ferreira, além, do aparato de maquinas e gente para recolher todos os entulhos jogados prazerosamente nas ruas, fora os descuidos com bocas de lobos, cordões, paradas de ônibus, iluminação, banheiros, placas e podas de arvore sem planejamento, a conta "assusta".
Que fique claro, não isentamos a responsabilidade e o compromisso dos gestores públicos nas prestações destes serviços, afinal a população, paga impostos para isto. Mas está claro, o trabalho tem que ser conjunto, o esforço e cuido têm que ser de ambas as partes, nos casos omissos, fora do padrão e abusivos, que impere as regras, as leis.
Sou um municipalista convicto, este tema foi um dos norteadores do meu mandato, tanto é que sou o autor da Lei Municipal número 3548/2014 que justamente "estabelece normas e sanções para os atos lesivos a limpeza pública e dá outras providencias." Assim, já podemos multar de forma leve, média, grave e gravíssima, nos valores de hoje, entre R$ 220,00 a R$ 4.950,00 reais, entre as falta leves, depositar assemelhados que cause danos à conservação da limpeza urbana, descartar animais mortos ou parte deles nas vias públicas, exceto, os de religiões, faltas médias e assorear logradouros públicos, desmatamentos, não proteger os córregos e rios, estão entre as graves e gravíssimas.
Os governos prezam sempre o diálogo, sabem que as comunidades têm uma carga pesada de impostos. Mesmo podendo, a um consenso de que multar é chegar ao extremo, é autoritário e tem o risco da politização. Bem por isso, o lixo faz parte dos nossos cotidianos, esta leniência favorece o não avançar, o não progredir.
Não podemos nós acostumar com isso, achar normal que uns poucos sujam e emporcalhem nossos espaços, nossas ruas, nossas praças, nossas estradas, nossas cidades. Tupanciretã pode, merece e precisa ser mais limpa, o compromisso é publico e privado, está na mão de cada um, aliais, está no "lixo" de cada um.
Compartilho uma das histórias contadas pelo escritor rabino Nilton Bonder em que: "Um rapaz ganhou o direito de conhecer o céu e o inferno. Escolheu começar pelo inferno, onde encontrou uma cena de sofrimentos: as pessoas estavam sentadas a mesa na qual era servido um banquete maravilhoso, mas ninguém comia. Percebeu, então, que eles tinham os cotovelos invertidos e não conseguiam levar a comida da mesa a até a boca. Resolveu ir ao paraíso, onde encontrou a mesma cena, Só que no céu, todos comiam alegremente. Ali, eles também tinham os cotovelos invertidos, só que davam o de comer uns aos outros."
Esta palestra foi voltada para o comércio ético, onde o outro faz parte, mas sintetiza que quando todos colaboram e se ajudam, as coisas acontecem, quem sabe, nos inspire para a uma Tupanciretã mais cuidada, organizada e bonita. Abraços