Há quem goste e quem não goste de novela. Porém, é preciso concordar que ela, segundo estudiosos e analistas, hoje, é o maior gênero televisivo do mundo. Muito pelas técnicas envolventes, além, é claro, pela capacidade ímpar de retratar o dia a dia. A base dessa teledramaturgia reflete à cultura popular, fidelizando expectadores pela emoção.
As boas novelas unificam e enaltecem a arte e a ficção, sem deixar de abordar temas comuns como, por exemplo, paixões, alegrias e ódios, cujas repercussões mexem com as pessoas, independente de classe social, credo, raça e etnia.
Este fenômeno de comunicação de massa permeia ainda temas políticos, econômicos e sociais, dentre outras instâncias, mas é no comportamento humano e nas questões morais que mais chama atenção.
Indiscutivelmente controvérsias e realidades são exteriorizadas nos dias de hoje nas programações televisiva.
Seus efeitos estão enraizados nas famílias brasileiras e suas mensagens, têm, sim, impactos positivos e negativos na sociedade.
Desta maneira, é imensurável o benefício de alerta aos telespectadores transmitidos pelas novelas, em especial em relação a temas rotulados como "tabus." Nem sei quem é o autor de "O outro lado do paraíso", mas a maneira como retrata e ilustra as chagas do racismo e da pedofilia, sem dúvida, presta um excelente serviço à população.
Na semana passada, o julgamento do delegado Vinicius, junto das investigações, testemunhas, Tribunal do Júri, condenação e prisão, marcaram capítulos com muitas cenas fortes. Funcionou bem o lado artístico e todas as demais nuanças que deram sentido à encenação. Foi também uma aula de pura realidade, um claro aviso aos pais e às famílias de que a pedofilia existe e ocorre onde menos se espera, praticada, inclusive, quase sempre, por quem menos se suspeita.
Bem por isso, fiquem atentos, protejam seus filhos, cuidem de suas crianças. Sempre alerta é à maneira de os pais, parentes e amigos se precaverem destas dores e traumas com repercussão para toda a vida e que estraçalham a alma e o coração de todos.
Já é inconcebível crianças sem comida, saúde, escola e famílias, infinitamente imperdoáveis, se maltratadas e abusadas sexualmente.
Por outro lado, os muitos maus exemplos da novela devem ser rejeitados. Sofia é o maior deles. A casa do médico Samuel (tigrão) nem se fala. Sobre o juiz, nada de novo, apenas comprova não ser somente na política que acontece a corrupção. Prefiro o que a ficção transforma em verdades como os "avisos" ou Josefa e Mercedes.
Já que novela faz parte do cardápio rotineiro de grande parte da população, sirva-nos a mesma de exemplos, ou colorido post-it permanentemente grudado na testa para que sejamos implacáveis, repressivos, delatores contumazes com a repugnante pedofilia e, assim, merecedores na vida real do verdadeiro "Outro lado do paraíso".
Abraços