Muitos podem achar que a atriz americana Meghan Markle, fez um gol de placa ou deu um golpe de sorte, ao tornar-se Duquesa, oficializando com toda pompa o enlace matrimonial com o simpático e regenerado príncipe Harry.
É bem verdade que tudo que vem da família Real tem muita notoriedade e expectativa, imagine então, o casamento do neto da Rainha Elizabete II, o quarto na linha de sucessão do trono Britânico.
Milhões de pessoas assistiram o cerimonial e cada detalhe não passou despercebido, por muito tempo serão comentados mundialmente, das charretes aos chapéus, das flores aos convidados, das músicas aos sermões, cada gesto, cada respirar, absolutamente tudo que foi transmitido, aguçará a lembrança e memória de tantos súditos ou críticos.
Entre Meghan e Harry a mais que protocolos e glamour, com certeza não foi só o sorriso encantador da plebeia que conquistou o jovem príncipe, acredito que a mesma alcançou este posto por outros tantos méritos.
Méritos conferidos a gente especiais e destinadas a brilharem, serem adoradas, idolatradas e principalmente capazes de derrubarem conceitos e tabus, mudando paradigmas conservadores ao ponto de tremer as colunas do Reino, na maioria das vezes frio e discreto.
Atrevo-me a afirmar, que esta conquista da iluminada Meghan foi simplesmente por "Amor" facilmente acusado pelo olhar e felicidade do noivo real.
Um amor avalizado e ovacionado com muita grandeza e profundidade pelo excêntrico pastor americano Michael Curry, o primeiro negro a ser líder da igreja episcopal americana.
Um sermão que deixou todos perplexos, incrédulos pelo jeito despojado, comunicativo, apaixonado e expansivo de afirmar, abordar, recitar e promover o amor.
Tem negro que não se importa, não valoriza, Eu fiquei feliz e orgulhoso de ver o pastor, tomando conta da histórica Capela São Jorge do Castelo de Windsor e do púlpito verberar com coragem em alto e bom tom, lembranças ao Martin Luther King, também fazer menção a música curativa dos escravos, uma clara alusão a Doria Ragland, mãe da noiva, descendente de povos afro.
"Temos que descobrir o poder do amor, o poder redentor do amor. E quando fizermos isto, seremos capaz de criar um novo mundo deste velho mundo. O amor é o único caminho."
E segue o pastor extraordinário no seu discurso "Existe poder no amor, não o subestimem. Sequer se sintam excessivamente sentimentais. Existe poder. Falo sobre algo de poder, poder real. Poder para mudar o mundo."
É certo que houve aqui ou acolá narizes torcidos e muitos incomodados pelos destaques no casamento real, Coro Gospel, violonista Sheku de 19 anos, e claro, o pastor negro. Eles e outras tantas inovações, incluindo o beijo do casal na escada, mostram uma Grã Bretanha mais aberta, moderna, multicultural e multirracial.
Você pode até se perguntar? Que mundo é este que praticamente parou, simplesmente por um casamento real, com tantas dificuldades e desencontros assolando as pessoas a sociedades.
A resposta está no coração de Meghan e Harry, um sentimento que transcende o "Real" quebra barreiras e tem a força do fogo, como afirmou o pastor no seu sermão, que a única coisa que tem a energia do fogo é o amor. E somente o amor passa por cima da classe social, de ascendentes, de vidas passadas, nacionalidades e principalmente cor da pele.
Então, que Deus salve a rainha, os noivos, o mundo e o pastor negro adorável.
Abraços