Tupanciretã tem sua história encravada nas Missões Jesuíticas, nem sempre abordamos esses temas e muito menos temos acervos locais que contemplem esse momento que parece perdido pelo tempo, fato é, que não encontramos, a não ser no nome, identificações com àquele tempo. Raras são as obras urbanas que denotem esse lapso temporal, como no pórtico principal ou na entrada da cidade via Serafim Bravo, e ou em obras que nos remetem à origem do nome do munícipio. Tupanciretã, que na etimologia Charrua quer dizer ‘Terra da Mãe de Deus’.
Mas um fato novo abriu a janela do tempo, e revela uma obra de arte missioneira, restaurada e exposta no Museu de Santo Ângelo. Trata-se de um anjo querubim, exemplar com mais de 300 anos, que pertenceu a uma família de Tupanciretã, mais precisamente na localidade de Santa Tecla, divisa com Joia. Para quem não sabe, Joia pertencia ao munícipio de Tupã.
Uma cópia do parecer técnico do histórico do anjo, enviado pelo Instituto de Patrimônio Histórico Nacional (Iphan), comprova que o exemplar pertencia a Maria de Fátima Moura, moradora da localidade tupanciretanense, desde 1896. Conforme a consulta, ela mesma doou a peça ao museu, quando foi morar na cidade de Santo Ângelo, localizada no Noroeste do Estado.
O trabalho de restauração e pesquisa foi realizado pelo Grupo de Arte Sacra Jesuítico-Guarani da PUC-RS, sob direção do professor Edison Hüttner. Através deste trabalho foi possível recuperar esta peça histórica que atualmente está exposta no Museu Municipal Dr. José Olavo Machado.
